Então você acorda depois de milhares de anos esperando embaixo do gelo e retorna a um mundo que não mais conhece. Um vírus, um spam, uma mensagem: a fronteira borrada entre a comunicação e a propaganda, entre o desejo e a crueza da realidade. É preciso escolher de quais verdades se alimentar quando o chão que pisamos não é suficiente para gerar uma experiência de mundo comum.

Na vitrine da contemporaneidade cada corpo, cada subjetividade é conteúdo a ser compartilhado numa batalha algorítmica pela visibilidade. Todas as dimensões da vida são capturadas para servir ao conteúdo, todos os dados estão expostos, unificados em bancos, vazados, circulando pelos becos da rede mundial de computadores. Se “produtificar” aparece como uma das poucas saídas para sobreviver num mundo à beira do colapso onde o ficcional adquire primazia sobre o real.

Contemplada em edital do FUMPROARTE da cidade de Porto Alegre em 2016, “Pode ser um SPAM” passou 4 anos no freezer aguardando o recebimento do financiamento. Descongelada em 2021, a peça se baseia no fenômeno da simultaneidade de informações, na realidade aumentada e no imaginário das distopias. Reflete acerca da aceleração do uso dos smartphones e tecnologias que pautam a relação entre o fluxo de informações disponíveis nas redes virtuais e as interações físicas do sujeito no mundo.Derrete-se e revela-se. O que surgirá?

Foram realizadas quatro sessões transmitidas via YouTube, estreando no dia 11 de Junho de 2020. Cinco performers, câmeras, vídeos, iluminação e trilha sonora interagindo e construindo com o público uma experiência estética e política.

Concepção e direção: Coletivo Moebius
Assistência coreográfica: Douglas Jung
Elenco: Luíza Fischer, Patrícia Nardelli, Priya Mariana Konrad, Renata Stein e Sahaj.
Trilha Sonora: Vitório O. Azevedo
Edição audiovisual: Hiperlinque
Iluminação: Carol Zimmer
Criação de vídeos: Paula Pinheiro
Figurino: Janaína Ferrari
Cenografia: Rodrigo Shalako
Mídia Social: Emily Blanco
Design e identidade visual: Paula Hartz
Fotografia: Gabriehl Oliveira
Técnico Audiovisual: Fresh Audiovisual
Assessoria de Imprensa: Silvia Abreu
Produção executiva: Ana Paula Reis
Apoio: Lucida Cultura, Grupo Oazes e Estúdio Amplo
Realização: FUMPROARTE