Visível, invisível,
um encanto flutuante
uma ametista âmbar-viva
a habita, teu braço
se aproxima e ela abre
e fecha; o pensamento
de agarrá-la e ela estremece;
abandonas teu intento.
Inspirada no poema de mesmo nome de Marianne Moore, a faixa Água-viva procura representar as águas profundas e os inúmeros seres habitantes de lá, com suas diferentes formas e cores e dinâmicas de aparecimento e desaparecimento. Isso é feito através de uma paisagem sonora fixa na qual a presença das criaturas se faz perceber esporadicamente para então culminar na passagem da própria água-viva. Os elementos sonoros foram pensados de forma a evocar estas possíveis criaturas e o local onde habitam e são feitos por instrumentos como guitarra, baixo, guitarra preparada, bacia d’água, pedais e voz. A faixa foi executada ao vivo e captada em casa, devido o isolamento social imposto pela pandemia da covid-19. Como fora pensada como uma performance ao vivo, inclui também na gravação as dinâmicas de trocas de instrumentos, cabos e acessórios feitas pelos artistas.
Água- viva integrou a programação de obras radiofônicas do Monteaudio20 festival internacional de arte sonora Imaginación.
Apresentações ao vivo:
A performance teve que esperar até o ano de 2023 para ser executada ao vivo.
Foi neste ano que os artistas se propuseram a revisitar o universo de água-viva, buscando ampliar os horizontes do trabalho e trazendo uma proposta imersiva. Para isso, expandiram a paisagem criada, aprofundando e descobrindo novos elementos sonoros para organizar a peça em três grandes atos. A este trabalho agora se soma uma camada visual de imagens projetadas no espaço por Diogo Vaz a partir dos mesmos dispositivos criativos norteadores do trabalho sonoro, atuando como mais um elemento a se sobrepor e compor conjuntamente em tempo real com a sonoridade gerada pelos músicos.